domingo, 28 de setembro de 2008

Ainda na onda do 'get over it'...

Eu estava pensando, por esses dias, como é engraçado não ser hétero. Bem, eu não posso dizer que sou 100% dyke, porque não é verdade; eu gosto de homens, também. Mas, independente disso, eu tenho cara de sapa. Não sou uma mocinha meiguinha de família, falo besteira com os meninos e não tenho problema nenhum em me sentar de qualquer jeito. Meu cabelo é curto e eu não sou exatamente delicada.

Por essas e outras, acabo passando por situações, digamos, desconfortáveis. As pessoas, em geral, sabem que eu não sou hétero só de olhar, e boa parte delas não gosta disso. Principalmente as gurias hétero. Se você é lésbica ou bi, sabe disso. Elas correm e se escondem. Não acham muito engraçada a idéia de ficar sozinha com você em qual situação for.

Terça-feira, na academia, eu precisei usar um dos escaninhos do vestiário pra guardar minha mochila. Geralmente já vou malhar com a roupa certa, mas desta vez eu fui direto da aula para lá, então precisei me trocar. A moça que me atendeu foi super simpática, me emprestou um cadeado e disse que eu poderia deixar a chave lá na recepção e pegar depois do treino. Quando fui lá, uma outra moça estava atendendo; eu a cumprimentei, ela respondeu e virou o rosto, visivelmente incomodada (eu já havia notado diferenças no tratamento dela comigo e outras pessoas). Eu só sorri, pedi a chave, virei as costas e fui para o vestiário. Depois, para minha felicidade, quem pegou a chave de volta foi a outra moça.

Obviamente eu fiquei incomodada, pois não era minha intenção, nem de longe, pertubar a guria, e me preocupa que as pessoas fiquem assim se eu estou por perto. Mas, na hora, achei tão engraçado que quase respondi: "Moça, não fica com medo de mim; você não faz meu tipo". A verdade é que hora ou outra eu ainda vou acabar falando isso.

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A outra mulher, em compensação, mais velha e muito mais bonita, eu não recusaria. Lol!